Hoje faz 20 dias da cirurgia e estou muito bem, tudo indo como o esperado.
Dessa vez me cuidei bem mais, não me expus muito, fiquei mais quietinha em casa e está dando tudo certo.
Estou em casa me recuperando e pensando nas ilusões de controle que tenho.
Estou aos poucos compreendendo que o que o câncer foi algo que veio porque tinha que vir, fazia parte da minha história, mas eu aproveitei para mudar a minha vida naquilo que eu precisava mudar e fortalecer aquilo que eu já tinha e não dava tanta atenção. Não quero achar que ele foi uma consequência, porque isso leva as pessoas a acharem que eu poderia tê-lo evitado, o que não é verdade. Fato mesmo é que ninguém é tão onipotente assim que pode fazer-se adoecer ou fazer-se curar. Tem um elemento nisso tudo chamado sorte ou plano de Deus, cada um escolhe o nome baseado nas suas crenças pessoais. O momento da descoberta da doença é um pouco isso, se eu esperasse um pouco mais para fazer a mamografia poderia estar vivendo uma história diferente. Acho que eu aprendi e continuo aprendendo muito sobre a minha vida e sobre a importância de realizar exames periódicos.
O câncer de mama é curável em 95 % dos casos, desde que descoberto em tempo hábil. Fazer exames de rotina, preocupar-se com a saúde é uma forma de evitar maiores problemas e ter uma vida mais longa. Claro que não posso negar que questões psicológicas atuam também sobre o nosso corpo, porém não há nada que garanta que podemos produzir sozinhos uma doença ou uma cura. No meu caso quis ficar curada e usei tudo que estava a minha disposição, todos os recursos para me manter emocionalmente e fisicamente bem. Da quimioterapia até as atividades físicas, passando pelas horas de terapia, fiz tudo o que eu achava que me daria qualidade de vida e deu certo. Porém já convivi com quem também tentou de tudo e não conseguiu se manter vivo e vejo nessas pessoas também vitória, porque encararam de frente aquilo que estava acontecendo, acho que cada um pode dar um significado para tudo que está vivendo e um significado positivo, por mais negativo que seja o quadro. Há também quem não queira enfrentar e resolva negar, vivendo até o último minuto sem ver o que está passando, cada um escolhe como quer viver, e não cabe a ninguém julgar, o que a maioria não consegue e isso é que deixa o nosso desejo de onipotência e de controle loucos, é escolher como irão morrer. Isso acontece para todos, independe da nossa vontade e escapa do nosso planejamento, sem dúvida alguma morrer não está nos nossos planos.

Olá Luciane. Bacana sua iniciativa em compartilhar sua experiência com outras pessoas. Tenho uma irmã que foi diagnostica há 6 anos. O dela foi no intestino. Foi terrível ao descobrir. Mas concordo plenamente com você. Ninguém tem este poder em escolher adoecer ou curar-se. Ela, hoje com 30 anos, está super saudável, curada, para honra e glória do Senhor. Este tipo de situação, realmente faz com nós refletimos sobre tudo, inclusive sobre a nossa utilidade neste mundo... Foi muito bom conclecer sua história. Desejo muita saúde. Que você usufrua com sabedoria a dádiva da vida.
ResponderExcluirDesejo que igualmente vc e sua família tenham muito amor e saúde!
ResponderExcluirLu, a melhor coisa mesmo é pôr pra fora nossos sentimentos. Isso que vc fez aqui é uma terapia para você acreditar em você mesma.
ResponderExcluirNão concordo com algumas partes, mas isso não importa. O que importa é você sobreviver e estar feliz. Parabéns...