14 de março de 2018

A hora da estrela


     O câncer quando chega faz um estrago, no corpo e na alma... É assim, não tem o que fazer, a não ser olhar para isso e tentar tirar daí alguma lição. Muito eu tenho pensado a respeito de tudo isso em que a minha vida tem se transformado. Tenho tentado controlar o incontrolável... Como se o fato de não ter saúde fosse resultado única e exclusivamente das minhas ações. É fato que aquando adoecemos uma parte nossa está gritando por socorro, ainda mais um câncer! Mas também é verdade que há pessoas que terão câncer e outras não o terão e isso independe da vontade de cada uma. 
      Nessa busca de controlar o incontrolável, tenho tentado fazer a minha parte, estou comendo melhor, evitando alguns tipos de alimentos, diminuindo a ingestão de industrializados e tentando diminuir o meu peso, o que não é tarefa das mais fáceis, mas reconheço como muito necessária. Além claro de buscar ter bons pensamentos, vigiar a mente e movimentar o corpo... Tudo isso aliado à tarefa de reinventar em mim, uma nova mulher.
      Esses dias fiz uma postagem no Facebook a respeito do fato de ter perdido os meus cabelos, pela segunda vez, e como a gente ouve: "o cabelo é o de menos..." Só que não... A perda dos cabelos leva um pouco da nossa feminilidade, da nossa identidade e essa falta temporária nos obriga a reinvenção. Com certeza não nos vemos mais como a mesma pessoa, surge outra, que ainda não conhecemos mas que precisamos fortalecer para não desistir, para que a cabeça continue em ordem e em cima do pescoço...
        É quase uma metamorfose invertida, para mim acho que foi, mas consigo olhar para isso com humor, pode acreditar! Sigo em frente, levanto a cabeça meio lagarta, meio borboleta, mas o mais importante de tudo: VIVA! Na certeza que posso superar muito mais do que imaginei. Descobri em mim uma força que vem de dentro e que me empurra para fora de mim mesma. 
       Mudamos é fato, ficamos carecas, algumas vezes engordamos e em outras tantas há muita perda de peso, mas no meu caso, não foi só isso! As mudanças externas são visíveis e qualquer um pode reconhecê-las. Porém existem outras, não físicas, marcas indeléveis, na alma, na psique, no modo de enxergar a vida. As urgências são ressignificadas, o momento exige pausas e reflexões, mas o que fica é muita fome de viver! Usufruir desse mundo de tanta coisa boa!
Lembrar que pode ser a hora de colher os morangos...
Um dia tudo acaba, mas não é agora, por enquanto sigo colhendo morangos. 
Termino citando Clarisse Lispector, no romance 'A hora da estrela': " Meu Deus, só agora me lembrei que a gente morre. Mas - mas eu também?! Não esquecer que por enquanto é tempo de morangos. Sim." 
É não é que é época de morangos?!

7 de março de 2018

FELICIDADE




Hoje recebi esse vídeo do meu tio Paulo Bernardes e compartilho com a seguinte reflexão:
A felicidade para mim é muito mais uma questão de opção e de fé do que de circunstâncias. A fé em um Deus que me ama de forma infinita e incondicional me dá a certeza de que tudo que me acontece, tudo mesmo, concorre para o meu bem. Sendo assim, sou feliz e agradecida. Mas também é verdade que tem muita gente que é infeliz porque se compara com os outros, que sempre parecem mais ricos, mais felizes e mais realizados. Em tempos de Facebook e Instagram essa "invejinha" coletiva já virou tema de pesquisa... Para quem se compara eu tenho uma dica: tente se comparar com quem está em guerra, seja em casa, em um morro no Rio de Janeiro, ou na Síria... Se compare também com alguém que está privado da sua liberdade, seja por questões políticas ou por uma doença; pense também naqueles que nunca ouviram uma palavra de incentivo de ninguém, ou que agora não conseguem manter economicamente a própria vida ou família, e não tem a quem recorrer... Se compare com quem está com uma dor insuportável e não tem hospitais por perto...
A lista de infortúnios é infinita e convém não estendê-la além da conta. Pense e compare. Ao final da comparação tenho certeza que verás que tens muito para agradecer. Deus nos chama para sermos cada dia melhores, não melhores que o outro, mas melhores do que já fomos ontem, essa é a única comparação que vale!
Motivos para ser feliz, todos temos e para a infelicidade também, mas aí está o mistério do livre arbítrio, escolha a VIDA, escolha ser FELIZ e diga não ao vitimismo que tanto se espalha. A felicidade pode se tornar um hábito? Sim, concordo!

GISELE

                                                                                                                                         ...